Na noite de 31 de agosto de 1939 grupos armados da SS alemã, travestidos de soldados poloneses, realizaram uma série de ataques ao longo da fronteira com a Alemanha.

Dentre cerca de duas dúzias de incidentes daquela fatídica noite, certamente o mais conhecido foi o da torre de rádio alemã de Sender Gleiwitz. O ataque à rádio foi realizado por agentes alemães disfarçados de nacionalistas poloneses. Em decorrência dessas duas dúzias de ataques, Hitler ordenou na manhã do dia 01 de setembro, o dia seguinte, a invasão da Polônia. Foi o que fez eclodir a Segunda Guerra Mundial.
A Gestapo (polícia secreta nazista) chegou ao ponto de matar alemães anti-nazistas da região para usar seus corpos como falsa evidência de que uma agressão polonesa maior estava por vir. A legenda da foto abaixo diz: “representantes da imprensa estrangeira convencem a si mesmos, na hora, das atrocidades polonesas cometidas contra minorias alemãs (esquerda, ao fundo, Mr. Occhsner da United Press)”.
Para o ativista de plantão fica óbvio o paralelo desse incidente com o incêndio do Reichtag em 1933. A criação de uma falsa crise para se se obter uma reação imediata não é novidade, e serviu de modelo para vários atos subversivos dos revolucionários vermelhos no mundo todo desde então.

Mas a pergunta que todo analista deve fazer é a seguinte: se a Alemanha já vivia uma ditadura absolutista, por que se deram o trabalho de criar um falso ataque para justificar a invasão da Polônia no dia seguinte? Por que não simplesmente invadir a Polônia, como era o desejo de Hitler e outros do Partido dos Trabalhadores alemão?

A resposta simples é por causa da “opinião pública”. Sim, mesmo em uma ditadura a opinião pública é relevante.
Numa ditadura a opinião pública é conduzida por propaganda política. Quando não alimentada de fatos e versões através da mídia controlada, a opinião pública forma sua própria versão dos eventos, e isso é perigoso para os regimes.
O alto comando alemão sabia que opinião pública alemã seria contrária a um ataque unilateral contra a Polônia, mas apoiaria a retaliação a um ataque externo. A narrativa que a Polônia era uma ameaça só seria validada com FAKE NEWS.
Quanto mais autoritário o regime, maior o volume de propaganda política controlada pelo Estado. Um regime naturalmente legítimo, mesmo que não democrático, não requer qualquer propaganda política, e a mídia não é controlada por nenhuma agência de Estado.
Pois bem, considerando essa importante lição, vejamos o Brasil de hoje:
- Nossa mídia depende de permissões para operar através de concessões do Estado;
- Nossa mídia é financiada através do BNDES e demais bancos do Estado;
- Nossa mídia é beneficiada através de estatais com fartas receitas que garantem seu sustento;
Propaganda de Estado, num modelo como esse, é óbvia. Não é a toa que o governo anterior despejava milhões em dinheiro do contribuinte em revistas, jornais e blogs simpáticos ao partido.
Em suma, não há no Brasil algo que possa ser denominado como mídia livre. Há em nosso país apenas mídia controlada e dependente do Estado. Desarticular esse modelo de mídia nacional socialista é um prerrequisito para o Brasil do século 21. Não fazer nada a respeito é preservar os maus exemplos do século 20.