Artigo

O balanço com a China

Escrito por

Luiz Philippe de Orleans e Bragança

Painel eletrônico da Huawei. Foto tirada por mim no Aeroporto Internacional do México, quando estava retornando dos Estados Unidos para o Brasil.
 
Em relações exteriores questões comerciais fluem melhor se desvinculados das questões políticas. Salvo quando há interesse mútuo de acordo bilateral.
 
Para a maioria das situações, trocas devem ocorrer livremente. No entanto, há casos quando a política interfere nas questões econômicas. É aí quando, como país, temos que nos resguardar.
 
No que se refere às relações comercias com a China, essa deve fluir naturalmente, mas há boas razões para ressalvas. Na China há pouca separação entre o Estado e as grandes empresas.
 
Em um Estado criado a partir do comunismo Maoista, várias grandes empresas surgiram do Estado Chinês ou representam interesses políticos do mesmo. É o caso da Huawei e outras. Vamos a alguns exemplos:
 
1) Quatro países do “Five Eyes” (aliança anti-espionagem entre Austrália, Canadá, Estados Unidos, Inglaterra e Nova Zelândia) proíbem participação da Huawei, como na expansão da rede 5G de telefonia móvel, por medo de vazamento de dados telefônicos para governo Chinês.
 
2) Lenovo foi acusada de ter instalado chips espiões do governo chinês em servidores da Amazon e Apple.

3) Diretora de vendas da Huawei na Polônia foi presa por espionagem de poloneses para governo chinês.

 
4) Compra de terras e investimentos de infraestrutura chinês em países da Africa, Ásia e Oceania tem sido questionados por darem preferencia ao escoamento de produção para o mercado chinês.
 
Outros países do globo não têm feito politicas similares e não inspiram esse temor. Entre eles estão a maioria dos países da Europa, Japão, EUA e Canadá. Desta feita, o pente fino do governo brasileiro em relação às questões comerciais se torna possível.
 
Há milhões de empresas chinesas que fazem ótimos produtos e que não possuem vínculo nenhum com a politica de Estado chines por não serem operações estratégicas para o Estado chines. Faz sentido deixar de comprar um jeans feito de uma empresa chinesa? Contra essas não há porque interferir.
 
No caso das grandes empresas de setores estratégicos como infraestrutura, telecomunicações, tecnologia, alimentício, entre outros, algum monitoriamento do nosso Estado se faz necessário. Caso a caso.
 
Devemos garantir que nossos eleitores consumidores estejam protegidos por nossa coisa pública. Sempre.

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