Artigo

O ditador das minorias contra a igualdade perante as leis

Escrito por

Luiz Philippe de Orleans e Bragança

Se você defende algum interesse de classe, como os direitos LGBT, dos índios, das mulheres, dos negros, dos sem terra, dos imigrantes, dos trabalhadores, e etc, saiba que você age contra o princípio de igualdade perante as leis.

Saiba também que quem te mobiliza a defender uma “classe” não faz isso pela democracia ou pelo Estado de direito. Pelo contrário, essas pessoas agem desta forma para desestabilizar nossa sociedade e as instituições brasileiras. O objetivo deste tipo de movimento é, e sempre foi gerar o caos em nosso país.

Vamos as explicações das afirmações acima.

Imagine que todas as classes e grupos minoritários conquistem subsídios, exceções ou proteções para suas classes. Agora imagine que um índio ataque um LGBT. O Índio estará protegido por seus direitos e o LGBT ficará injustiçado, e do ponto de vista da comunidade LGBT a lei falhou. Agora imagine que um sem terra invada a terra do índio. Os sem terra estarão protegidos e os índios ficarão injustiçados. Agora imagine que um negro, devido a sua raça, consiga emprego antes que uma mulher desempregada. O pleito pelos direitos das mulheres será atropelado. Fica claro como a justiça pode facilmente falhar quando há direitos assimétricos, e as diversas classes competem por “direitos” tidos como somente seus.

Militantes do MST andando impunemente com facões e foices nas ruas, algo proibido à população.
Militantes do MST andando impunemente com facões e foices nas ruas, algo proibido à população.

Como definir nessa corrida por direitos de classe quem vem primeiro e quem fica por último? Não importa, já que o objetivo desse tipo de construção social é sempre gerar o caos. Como dizia David Horowitz, “o problema nunca é a questão. A questão é sempre a revolução”. Quando cada grupo minoritário se sente injustiçado, as instituições públicas e o governo perdem credibilidade. Mas quem ganha com isso?

Se você fizer um pequeno exercício e recapitular a brevemente a história recente do nosso país, você notará que sempre há um protótipo de salvador da causa da classe minoritária em voga. Antes era o Lula e depois veio a Dilma. Ambos foram criados para serem campeões das minorias. Eu acho o termo “Ditador das Minorias” mais adequado, e explico o porquê.

No inicio do século 20 o mantra marxista era que a classe operaria somente seria salva por um “ditador do proletariado”. Esse ditador precisaria surgir para concentrar poder e propriedade, para então distribuir tudo com justiça e igualdade. Hoje, no início do século 21, e com a alta diversificação da sociedade, o “proletariado” não é a classe o que os marxistas tem usado para desestabilizar. Eles têm usado as diversas minorias. A causa operária deu lugar às causas das minorias como LGBT, negros, jovens, idosos, índios, mulheres, entre outros. Esses grupos minoritários são sempre encabeçadas por líderes marxistas, que alimentam a ideia que somente um líder ciente de sua causa em específico poderá salvá-los das injustiças.

Marxistas chilenos usam extratos da população para defender Allende, que tentava implantar uma ditadura de esquerda no Chile.
Marxistas chilenos usam extratos da população para defender Allende, que tentava implantar uma ditadura de esquerda no Chile.

Não importa a época, pois tanto no século 20 como agora no século 21, a missão desse líder ou “ditador” ainda é, sob o mesmo falso pretexto de estabelecer a democracia, tomar o poder em nome do grupo. Historicamente ditadores estabelecem um poder autoritário e removem liberdades de todos os grupos; inclusos aqueles que o ajudaram a assumir o poder. Por que? Pois ditadores sabem que ter minorias com “direitos” assimétricos é desestabilizador. Chega a ser cômico.

A história ensina a quem quer subir ao poder e exercê-lo de maneira autoritária que, antes que isso aconteça, será preciso gerar o caos. Quem gera o caos sabe que o resultado é quase sempre um governo autoritário, e quase nunca um democrata esclarecido, que é o que eles vendem a população.

Essa observação história criou a fórmula mágica dos movimentos de esquerda radical:  gerar caos desqualificando as instituições, a constituição e a sociedade, classificando-as como opressoras para alimentar a visão do Salvador para cada um dos grupos. Foi assim que Hitler ascendeu ao poder na Alemanha em 1933. Os partidos de esquerda radical em todo o mundo têm usado essa mesma fórmula desde então.

A lógica inexorável que expus neste texto, que a igualdade perante as leis é a única saída para a defesa de uma real democracia sustentável de longo prazo, tem de ser defendida a todo o custo. A igualdade perante as leis é o denominador mínimo comum entre todos os grupos, todas as minorias, todas as classes.

Diversidades podem coexistir, mas somente com o pacto pela harmonia implícito no conceito de igualdade perante as leis. Esse pacto requer a ciência das consequências inevitáveis de sua violação. Essa consciência coletiva é o que vai definir a estabilidade política de um país livre no século 21.

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