Não se deixe enganar. Há forças que agem nas sombras e querem ver a censura no Brasil. Elas dão sustentação a Moraes, e basta observar a ação dos demais juízes, em uma estrutura semelhante a países como China e Rússia, que têm banido plataformas e redes digitais com o objetivo de propagar a agenda globalista.
Nesse sentido, estamos em paralelo com a Ucrânia. Lá também há uma guerra de Proxy, isto é, dois ou mais países usam terceiros como intermediários ou substitutos, evitando a luta direta. Assim, a Ucrânia é apenas cenário para um conflito maior. No Brasil, o embate é pela livre expressão.
Um dos personagens principais desta peça é Elon Musk, que expõe os desmandos contra a liberdade de expressão, por parte de apenas um juiz, que profere decisões arbitrárias e vingativas. As provas incriminam o ministro, com denúncias sobre todas as ilegalidades praticadas. Musk constrói a imagem do ministro como inimigo mundial da liberdade, um tipo de comportamento condenável por políticos da esquerda, do centro e da direita – no caso da esquerda, é condenável para sustentar o discurso, mas não altera sua prática.
Por entender que o Brasil também é palco de algo maior que o embate entre Musk e Moraes, tudo nos leva a crer que a suspensão do X deve demorar mais que o previsto, e dependendo do resultado das eleições nos EUA, a situação mundial para liberdade de expressão pode piorar. Internamente temos a força da população, que já demonstrou saber se mobilizar, mas a questão é se mesmo com a queda de Alexandre de Moraes, não haveria censura dos outros ministros.
O mais provável é que os demais membros do STF mantenham as decisões de Moraes e até piorem o quadro. Se essa tendência for seguida, pode aumentar o número de plataformas de comunicação digital banidas no Brasil. Lembrando que as mobilizações entre 2014 e 2016 foram principalmente promovidas pelo Facebook, e não pelo Twitter. Em outras palavras, ainda existem canais alternativos.
Na verdade, a vontade de censurar a livre expressão é uma batalha perdida para o ditador, pois o controle total é impossível. Os meios de comunicação que desestabilizaram e derrubaram as ditaduras no passado ainda existem. O e-mail, os panfletos, as assembleias ou mesmo o “boca a boca” podem ser considerados arcaicos, mas ainda funcionam e dificilmente serão controláveis. Seremos sempre livres se enxergarmos as opções que estão ao nosso alcance.
Luiz Philippe de Orleans e Bragança