Ao final da II Guerra a Alemanha se encontrava destruída. Todas grandes cidades em ruínas, 60% de desemprego, prostituição e violência imperando no país. Mas isso não era o pior. Eles ainda eram regidos pela constituição socialista da Republica Weimar.
Isso impedia qualquer chance de progresso econômico pois muito da economia era estatizado e tudo que não era estatizado era regulamentado e taxado pelo Estado. TUDO.
Na balança as opções eram simples: desregulamentar e privatizar para se ter uma chance de trabalhar ou manter tudo regulamentado e estatizado e ter a certeza da morte lenta.
Optaram pela vida. Desregulamentaram e privatizaram a economia. Ocorreu um milagre econômico que durou por várias décadas e fez da Alemanha a economia mais forte da Europa em menos de 20 anos.
A história que poucos sabem é que ideologicamente teve de haver uma síntese. O que isso significa? No século 19 a Alemanha abraçou a tese preponderante da época que era o “laissez faire”. Ou seja liberalismo econômico. Essa tese foi vitoriosa pois gerou riqueza descomunal para milhões de alemães como nunca antes na sua historia.
Mas vários fatores da época, erroneamente associados ao liberalismo econômico, geraram criticas contundentes contra o sistema. Problemas como criação de oligarquias econômicas, trabalho infantil, corrupção política etc. De uma maneira ou de outra eram associadas ao liberalismo econômico.
Dessa critica surgiu uma anti-tese no inicio do século 20: o socialismo. A grande promessa do socialismo era a estabilidade política e econômica garantindo qualidade de vida para todos trabalhadores. Como gritava o socialista Lenin na Revolução Russa de 1917: “Paz, Pão e Propriedade”.
A Alemanha em 1945 descobriu que o socialismo que ela havia abraçado em 1918 com a Republica de Weimar só foi capaz de entregar o oposto do prometido por Lenin.
Daí veio a necessidade de uma síntese ideológica. Qual foi raciocínio? É preciso ter os benefícios da capacidade de geração de riqueza do liberalismo econômico. Ao mesmo tempo é preciso garantir que todos possam usufruir de uma qualidade de vida melhor sem ter estatizar e regulamentar como era feito no socialismo.
A síntese foi o ordo-liberalismo alemão. O ordo-liberalismo era uma nova proposta de função do Estado: o de garantir o liberalismo econômico intervindo somente quando a classe média empreendedora ou o consumidor eleitor estivesse em perigo. Quando por exemplo, surgia situações de monopólio e oligopólio em alguns setores. Essa visão foi a chave pro desenvolvimento alemão da ruína do pós Segunda Guerra.
Para o Brasil que hoje que busca uma nova visão de Estado e de sua relação com a economia, negar o passado e as experiências de outros povos é negar nosso futuro.